SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta sexta-feira (26) que pretende expandir o número de câmeras corporais usadas por policiais militares em seus uniformes.
Após críticas aos equipamentos durante sua campanha eleitoral e ao longo do governo, essa é a primeira vez que ele confirma a intenção de expandir o programa.
Segundo Tarcísio, o aumento do número de câmeras deve ser incluída num edital de compra previsto para maio, que foi antecipado pelo Painel da Folha. Até agora, o governo confirmava apenas a substituição de parte dos equipamentos.
“Temos dois contratos vencendo no meio do ano, com uma defasagem de um mês, e nós vamos fazer não só a substituição desses dois contratos, mas a ampliação”, disse o governador.
O governador não informou qual será o número total de câmeras corporais após a nova contratação. Ele disse que isso ainda será definido. Hoje, o estado conta com um total de 10.125 câmeras operacionais. “A gente vai estudar e em breve a gente divulga, mas haverá um crescimento.”
Em janeiro, Tarcísio já havia falado sobre a possibilidade de expansão do programa Olho Vivo, que à época estava apenas em estudo. A expectativa do governo é de diminuição do valor pago às empresas que fornecem os equipamentos e o serviço de manutenção e armazenamento de imagens.
Desde o início do ano passado, quando comentava o tema das câmeras corporais, o governador falava sobre a intenção de ampliar o número de funcionalidades das câmeras. Hoje, elas filmam em baixa resolução ininterruptamente durante todo o turno dos policiais que a utilizam, a armazenam som e imagens em alta qualidade apenas com o acionamento do botão pelo usuário.
O edital do governo deve exigir outras funções, como ferramentas de áudio que permitam que o policial solicite apoio durante ações, melhora na conectividade, leitura de placas de veículos e, possivelmente, reconhecimento facial.
As câmeras começaram a ser implementadas de forma sistemática em batalhões da PM em agosto de 2020. Sobre a eficácia dos dispositivos, mais de uma pesquisa mostrou que tanto as mortes de PMs como as de suspeitos diminuíram nos batalhões que passaram a usar as câmeras. As mortes decorrentes de intervenção policial caíram 85% nesses batalhões em 2021, em relação ao ano anterior.
Tarcísio já fez várias declarações contraditórias sobre o assunto. Logo no início da gestão, em janeiro do ano passado, ele negou que faria alterações no programa de câmeras corporais, um dia após declaração do secretário da Segurança, Guilherme Derrite, que havia falado em rever a medida.
O governo estadual, sob sua gestão, fez cortes no programa de câmeras para custear outras despesas, como o pagamento de diárias para os agentes que trabalham fora do horário de serviço, e um estudo que apontou a melhora no desempenho dos batalhões que usam o equipamento foi descontinuado. Em dezembro, afirmou que as câmeras corporais não têm nenhuma efetividade para a segurança dos cidadãos.
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Artigo extraído do site Notícias Ao Minuto