GABRIEL MONNET
Entre “seis e oito” atletas palestinos devem participar dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) os convidará se eles não conseguirem se classificar, informou o presidente do comitê, Thomas Bach, em entrevista à AFP.
“Nós assumimos o compromisso claro de que, se nenhum atleta [palestino] se classificar no terreno, o comitê olímpico nacional (CON) palestino receberá convites”, anunciou o dirigente.
Consultado sobre o alcance destes convites, Thomas Bach em seguida estimou o número de representantes palestinos nos Jogos de Paris entre seis e oito, segundo o resultado das classificações, “que ainda estão em andamento em certo número de disciplinas”.
O sistema de convites olímpicos não é reservado exclusivamente aos palestinos, mas a todos os comitês olímpicos nacionais que não conseguem classificar atletas em nome da “universalidade olímpica”, o que permite reunir representantes de todos os países, além da elite esportiva mundial.
Mas a ida de atletas palestinos a Paris é uma grande dúvida porque a ofensiva militar israelense em Gaza, que se seguiu ao ataque sem precedentes lançado pelo grupo islamista palestino Hamas, destruiu a maioria da infraestrutura esportiva.
Em 7 de outubro de 2023, militantes palestinos atacaram Israel, matando cerca de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Em retaliação, o Exército israelense lançou uma ofensiva militar para destruir o Hamas que matou até o momento 34.356 pessoas, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, território governado pelo Hamas.
Na semana passada, Thomas Bach recebeu, em Lausanne, o presidente do Comitê Olímpico Palestino, Jibril Rajoub, prometendo angariar o apoio do COI aos atletas, mas também assegurar a coordenação dos esforços internacionais para reconstruir as instalações destruídas.
Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, o dirigente pede “uma solução pacífica”, uma abordagem muito diferente da guerra da Rússia na Ucrânia, que resultou em uma série de sanções contra o esporte russo.
O COI apoia a “solução de dois Estados”, visto que os CNOs israelense e palestino coexistem desde 1995, um legado dos acordos de paz de Oslo. Além disso, “não há qualquer violação da Carta Olímpica, nem do comitê israelense, nem do comitê palestino”, insistiu Thomas Bach na entrevista desta sexta.
Já o comitê olímpico russo pôs sob seu controle as organizações esportivas das regiões ucranianas ocupadas.
Fonte: www.canalrural.com.br
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