Hoje é 1º de abril e um dia ótimo para anunciar mentiras nas redes sociais e em qualquer lugar que você circular. O Esporte é Experiência aqui tem a intenção de focar atenção para os bastidores do mundo da bola e lançar um olhar atento para o que acontece fora, mas que reverbera nas quatro linhas.
O Dia da Mentira cabe muito bem para o cenário da modalidade neste país. Longe de mim ser pessimista e não enxergar o valor que o futebol tem na sociedade. Porém, algumas mentiras são contadas e não podemos deixá-las de lado, mesmo se pudermos questioná-las com argumentos válidos.
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1 – “A SAF é a salvação de todos os times do Brasil”
Quem não ouviu essa afirmação em algum lugar nos últimos três anos? Torcedores de clubes com dívidas que flertam com o bilhão podem olhar para esse cenário e enxergar como a única salvação. Porém, não é uma verdade completa. A SAF (Sociedade Anônima do Futebol) ou qualquer outra forma que não o clube associativo tem uma intenção válida. Um dia trarei mais sobre esse assunto aqui, mas para encurtar a história, a SAF não é o fim, a solução completa. O modelo empresarial é um caminho que acelera a transformação do clube. A SAF não é garantia de resultado. Eu não sou contra SAF. Pelo contrário. Mas para ser justo, podemos olhar o exemplo do Flamengo que organizou a casa e hoje já conseguiu reduzir sua dívida significativamente. + Leia mais: Homens: por que silenciamos em casos como o de Robinho e Daniel Alves?
2 – “Quanto mais patrocínios na camisa, melhor”
O futebol está caminhando para uma mudança neste aspecto do conceito de exposição exacerbada do visual. O patrocínio esportivo não pode ser medido exclusivamente pela logo que aparece na camisa. Um patrocínio efetivo envolve um relacionamento das duas marcas (patrocinador e clube patrocinado) em comunhão com foco no torcedor do clube. Isso gera a necessidade de patrocínio e um trabalho de estratégia da melhor utilização deste investimento importante.
Você já parou para pensar porque os clubes europeus não têm camisas tal qual abadás carnavalescos (semelhantes às camisas de jogo aqui dos clubes brasileiros, principalmente em tempos de campeonatos estaduais) ? Talvez por que quanto mais valorizada for a camisa, maior o preço cobrado pela exposição. Algo que poderia não ser feito se estivessem quatro ou cinco marcas disputando o mesmo espaço de atenção. Uma boa ação disruptiva, por exemplo, foi a da Consul com o Juventus de São Paulo. A empresa adotou a política do “patrocínio limpo”, o que faz total sentido com a empresa e os produtos comercializados.
3 – “Meu time é maior que o seu”
Aqui é a representação máxima do que seja um prenúncio do fanatismo futebolístico. Cada clube atinge um torcedor de uma maneira única e provoca sentimentos e experiências que acabam sendo difíceis de metrificar e colocar uma régua que mostrará qual foi o mais ou menos. “O meu time tem mais torcida”. Isso mostra que conseguiu impactar mais pessoas ao longo do tempo e provocar simpatia delas. O que é muito bom. “O meu time tem mais títulos”. Significa que o desempenho dentro de campo provoca resultados. “O meu time tem mais dinheiro e não tem dívidas”. Neste ponto, é possível considerar um clube superavitário com uma gestão boa e que cumpre com uma longevidade do clube.
Ou seja. São múltiplos e múltiplos fatores que torna essa afirmação, no mínimo, contestável.
4 – “Pelé é o maior jogador da história a disputar uma Copa do Mundo” Sim, é isso mesmo que você está lendo. Pelé foi campeão em três oportunidade no maior campeonato de seleções nacionais de futebol do mundo. Porém, devemos admitir, ele não foi e nunca será o maior jogador de todos os tempos. O maior até o momento é Andries Noppert, goleiro holandês que jogou a Copa de 2022. O homem tem 2m03cm de altura. Pelé tinha apenas 1m73cm (mas saltava tão alto que a altura nunca foi um problema).
Ok, essa última aqui brincadeirinha mesmo =) Feliz 1º de abril
*Gilmar Junior é atleta de flag football 8×8 do Brasil Devilz, jornalista, especialista em gestão e marketing esportivo e está se especializando em gestão da experiência do consumidor
Fonte: www.canalrural.com.br
O conteúdo acima foi originalmente publicado no CanalRural e indexado ao Alta Notícias