Chevrolet: GM pensou em um Camaro de tração dianteira

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Do fim dos 60 e até meados dos anos 70, o período jurássico dos carros nos EUA, teve os esportivos com os maiores motores já feitos para satisfação dos amantes de desempenho.

Com Big Blocks disponíveis com até mais de 7 litros de volume e cavalaria média muito acima dos 300 ginetes, os muscle cars eram a essência do purismo americano.

Contudo, dois meteoros financeiros na forma de crises do petróleo, acabaram por extinguir essa raça de mega máquinas altamente bebedoras de gasolina.

Então, do Japão, surgiu uma nova espécie de carro, muito menor e mais econômico para enfrentar a escassez de gasolina.

O americano começou a correr para poupar dinheiro e foi atrás dos japoneses. Então, as montadoras americanas decidiram copiar a ideia e os anos 80 foram uma época difícil para os esportivos clássicos.

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A ordem do dia era transformar em fóssil os enormes V8 da década anterior e encolher os muscle cars até o mínimo possível.

As Big Three andaram juntas nessa história e produziram coisas abomináveis aos olhos dos entusiastas, como o Ford Mustang III ou o Dodge Challenger, que nem era americano e sim um japonês Mitsubishi Galant Lambda.

Motores pequenos de quatro cilindros, carroceria com meio metro a menos e força que raramente passava dos 200 cavalos era o prato servido na época.

Assim como Ford e Chrysler, a GM também pensou nisso e foi além, imaginou que estes dois rivais de tração traseira ainda não haviam realizado muito para brigar com os japoneses.

Então, a GM “brilhantemente” pensou num Chevrolet Camaro de tração dianteira! Talvez o pessoal de General Motors tenha se inspirado no Ford Probe, que nasceu como proposta para um Mustang FWD.

A insanidade (desespero mesmo) das Big Three não tinha limites nessa época e o projeto GM-80 consistia num cupê bem aerodinâmico com “Quad 4”, um quatro cilindros com potência entre 150 e 180 cavalos.

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Para não ficar tão mal na fita, o Camaro “80” deveria ter um V6 3.4 de 200 cavalos para ser o topo de linha.

O projeto usava um conceito de redução de peso e volume para o Camaro, mas na prática, a engenharia da GM, que aqui fez milagres, não conseguiu cumprir com as metas e o projeto morreu para a felicidade geral da nação.

Anos de desenvolvimento acabaram em um orçamento explodido e reprovação em testes de colisão, que fizeram o GM-80 ir para a vala em 1986.

Disso tudo, sobrou apenas o V6 3.4 projetado para ele, que acabou na minivan Chevrolet Lumina, que chegou ao Brasil. O design deve ter influenciado a resposta da GM para os nipo cars, o Saturn SL1.

O Camaro, felizmente, escapou de uma roubada e a terceira geração, ainda que menor que as anteriores, tinha pelo menos dois V8 disponíveis na pior fase dos esportivos americanos.

Houve uma exceção, pelo menos para quem gostava de TV, com o irmão Pontiac Firebird Trans AM em cor preta e com luzes vermelhas entre os faróis…

[Fonte: Muscle Cars and Trucks]

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