A caça aos táxis clandestinos antes dos Jogos de Paris-2024

Relógio marcando a contagem regressiva para a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, ao lado da Torre Eiffel, em 16 de abril de 2024STEFANO RELLANDINI

STEFANO RELLANDINI

“Já chegamos tarde para nosso voo!”, exclama um turista britânico, quando policiais à paisana param seu táxi clandestino na rampa de acesso ao aeroporto parisiense de Orly.

Para esta família que visitou a Disneyland Paris, sua estadia na França terminou com uma atração de outro tipo: a caça a táxis falsos por uma unidade policial especializada, conhecida como “Boers”.

A três meses dos Jogos Olímpicos, de 26 de julho a 11 de agosto, os táxis clandestinos são um dos primeiros desafios para os milhões de espectadores que viajarão a Paris.

Apesar do reforço da sinalização e das advertências aos motoristas sem autorização, que podem cobrar tarifas exageradas, o fenômeno se mantém.

“Nos fazemos passar por passageiros para detectar qualquer um que não se encaixe. No aeroporto, não esperamos mais que 5 ou 6 horas”, explica o capitão Patrice Desbleds, de 47 anos.

De suas salas no aeroporto de Orly, os “Boers” observam os motoristas de táxis clandestinos em uma câmera de vigilância.

Um discreto dispositivo vigia a chegada dos veículos ao segundo maior aeroporto da França.

Em meio ao engarramento, os agentes cercam um veículo com vidros fumês e placa tcheca.

– Medidas olímpicas –

Os agentes obrigam o veículo, que não tem símbolo de táxi ou de veículo de trasporte com motorista, a estacionar.

Após revistar o motorista, comprovam que o cidadão georgiano não tem licença, habilitação e seguro para o veículo.

Os passageiros britânicos entram em pânico ao ver os agentes. “É um pesadelo”, diz a mãe de família.

O motorista cobraria 140 euros (cerca de 750 reais) por um trajeto de 50 quilômetros entre Disneyland e o Orly, um preço acima do praticado pelos profissionais autorizados.

Enquanto os turistas correm com suas malas para o balcão da companhia, um policial os acompanham para anotar suas declarações em um papel.

Os agentes prendem o motorista e levam-no para a delegacia em um veículo policial sem identificação.

As penas podem ser de multas de entre 800 e 1.500 euros (entre 4.000 e 7.500 reais) ou o comparecimento a um tribunal.

Recentemente, essas operações têm registrado cerca de cinquenta prisões por mês, segundo a polícia.

Criada em 1938, a unidade de controle de transporte de passageiros emprega cerca de 90 policiais civis.

O apelido “Boers” é atribuído aos russos que fugiram da revolução bolchevique de 1917 para trabalhar como carroceiros em Paris. Eles não sabiam pronunciar a palavra “bourre”, polícia na gíria da época.

Durante os Jogos Olímpicos, além da presença nas estações ferroviárias e aeroportos, esses policiais também estarão presentes nas sedes olímpicas.

“Vamos aproveitar a experiência desta unidade (…) estamos nos adaptando ao evento”, afirma o capitão Desbleds.

Fonte: www.canalrural.com.br
O conteúdo acima foi originalmente publicado no CanalRural e indexado ao Alta Notícias

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