SÃO PAULO, SP, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – As duas pessoas que morreram nesta sexta-feira (29) em acidente de lancha na região de Boipeba, no sul da Bahia, estavam viajando de férias e moravam em outros estados.
Laryssa Galantini, 35, era bióloga formada pela Unicamp, educadora e ativista ambiental na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Ela participou de um dos primeiros mandatos coletivos do país, eleito em 2016 para a Câmara Municipal de Alto Paraíso de Goiás (GO), ao lado de outros quatro ativistas.
O Instituto Biorregional do Cerrado afirmou, em nota, que Laryssa era “uma ativista linha de frente, sempre disposta a lutar pelas causas difusas”.
“Participava ativamente de movimentos feministas e das causas que envolviam crianças e adolescentes. Era entusiasta dos cogumelos e mantinha em parceria uma produção orgânica de distintas cepas medicinais e comestíveis”, afirmou o instituto.
“Lary era jovem, vibrante, alegre, sorriso no rosto, cheia de energia, projetos e sonhos. Era conciliadora, executava muitas coisas, acreditava no poder da educação e política para transformar o mundo. Sua partida deixa um grande vazio no coração de seus amigos, familiares, do seu companheiro de vida João Yuji e de toda a família da Chapada dos Veadeiros”, disse a entidade.
A morte de Laryssa também foi lamentada pela equipe Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, do qual foi conselheira. “Laryssa prestou grandes contribuições às pautas deste conselho e ao trabalho de educação ambiental na Chapada dos Veadeiros.”
A outra vítima é o advogado e doutor em direito econômico Mário André Machado Cabral, 34. Ele era natural de Maceió, em Alagoas, mas morava em São Paulo e tinha família no Ceará.
Com quase 17 anos dedicados à vida acadêmica, Cabral se formou em direito na UFC (Universidade Federal do Ceará), fez mestrado pela Universidade de Nova York (NYU) e doutorado pela USP.
Também atuou por quase uma década em um escritório de advocacia na capital paulista e foi professor na Universidade Mackenzie.
A Faculdade de Direito da USP lamentou sua morte e ressaltou sua trajetória na instituição, onde teve tese aprovada com distinção e indicação a prêmio.
Ao longo de 2023, Cabral atuou como pesquisador de pós-doutorado na FGV (Fundação Getulio Vargas), e mais recentemente foi selecionado em acirrado processo seletivo para se tornar docente na instituição. Ele iria iniciar, em fevereiro, o trabalho como professor de Direito dos Negócios.
“Profissional dedicado ao Direito concorrencial e ao Direito dos negócios, teve uma marcante experiência docente e destacada trajetória na advocacia. Lembraremos sempre de sua inquietude intelectual, de sua vivacidade acadêmica e da gentileza de sua convivência. Nos solidarizamos à dor de seus parentes e amigos”, diz nota de pesar publicada pela FGV.
Cabral estava de férias e viajou à Bahia com a namorada. Ele deixa a mãe e o irmão.
RELEMBRE O CASO
As vítimas morreram após colisão entre duas lanchas na tarde desta sexta-feira, em canal próximo à ilha de Boipeba. As embarcações se chocaram por volta das 15h30 em trecho conhecido como Rio do Inferno, destino turístico da região.
Segundo a Polícia Civil, o condutor de uma das lanchas foi preso em flagrante por apresentar sinais de embriaguez. Ele foi encaminhado à Delegacia Territorial de Cairu, onde ficará à disposição da Justiça.
Uma mulher foi encontrada com vida horas depois do acidente e resgatada para o Hospital Regional de Santo Antonio de Jesus, no Recôncavo baiano, com o quadro de saúde estável. Ela estava na embarcação que saiu de Valença com destino a Boipeba. De acordo com a polícia, o piloto dessa lancha foi gravemente atingido na colisão e está internado, mas sem risco de vida.
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Artigo extraído do site Notícias Ao Minuto