Vacinação de cães e gatos contra a raiva despenca sem campanha em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A vacinação contra a raiva em cães e gatos na cidade de São Paulo neste ano despencou em relação a 2018, quando a prefeitura promoveu a última campanha de imunização dos animais.

Neste ano, até terça-feira (18), 165.986 animais receberam doses, sendo 97.940 cães e 68.046 gatos, em 16 postos fixos.

Há cinco anos, durante a campanha nos meses de agosto e setembro, havia 1.900 postos espalhados por toda a cidade e 855.027 animais foram vacinados. Portanto, o que a cidade vacinou em cerca de dez meses de 2022 ainda é 81% menor do que o alcançado no breve período da última mobilização oficial.

A situação atual é um pouco melhor do que a observada durante a pandemia por Covid-19. Em 2021, foram 163.182 animais vacinados e, em 2020, foram 104.208.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo diz que, “com a ausência de casos de raiva em humanos desde 1997 e de casos de raiva em cães e gatos desde 1998, a vacinação antirrábica de cães e gatos foi suspensa em forma de campanha para todo o estado de São Paulo, conforme deliberação do Governo do Estado no Diário Oficial, em 15 de dezembro de 2021, devendo ser mantida como estratégia de rotina do Programa de Vigilância e Controle de Raiva no Estado de São Paulo”.

Mas a interrupção das campanhas contra a raiva em cães e gatos na cidade começou antes, em 2019, quando o Executivo paulistano, sob gestão de Bruno Covas (PSDB), alegou falta de vacinas, que deveriam ser enviadas pelo governo federal.

Já em 2020, a prefeitura anunciou a suspensão em razão da pandemia por Covid-19. Em dezembro de 2021, foi anunciada a suspensão permanente em todo o estado de São Paulo.

Desde então, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, a cidade oferece as doses contra a raiva, durante todo o ano, em apenas 16 postos fixos.

Por lei, a vacinação antirrábica é obrigatória para cães e gatos de todo o país. Animais com idade superior a três meses devem ser imunizados. O reforço deve ser anual.

O biólogo e médico veterinário Waldir Stefano, professor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, diz ver com preocupação o fim das campanhas de vacinação na capital paulista.

“Apesar de a raiva estar relativamente controlada em cães e gatos, eu não acredito que devemos baixar a guarda. Se temos os animais vacinados, temos a garantia de que a doença não voltará. A importância da vacina deve ser repetida sempre”, declara Stefano.

O professor cita casos recentes de infecções pelo vírus da raiva na população bovina. Segundo ele, a baixa adesão dos pecuaristas à imunização causou o problema. “Foi só se descuidarem um pouquinho para terem problemas”, diz.

Stefano ressalta que, caso haja casos registrados de raiva em animais, a população deve redobrar a atenção à zoonose em humanos. Segundo o especialista, a letalidade é maior na espécie em comparação a outras.

“As campanhas deveriam voltar, e a Prefeitura ainda tem tempo para rever isso. Eu acredito que devemos estar atentos ao máximo para a doença, e a prevenção é, sem sombra de dúvidas, a vacina”, diz o especialista.

O QUE É A DOENÇA

A raiva é uma zoonose -doença que passa dos animais ao homem e vice-versa- causada por vírus.

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária, a transmissão ocorre quando os vírus da raiva existentes na saliva do animal infectado penetram no organismo de um indivíduo saudável através da pele ou de mucosas, por meio de mordidas, arranhões ou lambidas.

Em todos os animais, os seguintes sintomas costumam aparecer: dificuldade para engolir, salivação abundante, mudança de comportamento, mudança de hábitos alimentares e paralisia das patas traseiras.

Nos cães, o latido torna-se rouco. Morcegos, animais noturnos, podem ser encontrados confusos durante o dia.

Já em humanos, instala-se um quadro de alucinações, acompanhado de febre e, posteriormente, surgem crises convulsivas periódicas.

ONDE VACINAR SEU ANIMAL EM SP

– Posto volante Penha – Subprefeitura da Penha, acesso pela rua Mandu, 451; de segunda a sexta, das 9h30 às 16h.
– Divisão de Vigilância de Zoonoses – rua Santa Eulália, 86; de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h; sábados, das 9h às 15h.
– Uvis Butantã – av. Caxingui, 656/658; de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h.
– Uvis Cidade Ademar – rua Maria Cuofono Salzano, 185; de segunda a sexta, das 8h às 15h.
– Uvis Ermelino Matarazzo – rua Aurivercine Duarte de Oliveira, 50; de segunda a sexta, das 8h às 17h.
– Uvis Freguesia do Ó – rua Chico de Paula, 238; de segunda a sexta, das 9h às 15h.
– Uvis Guaianases – rua Prof. Francisco Pinheiro, 179; de segunda a sexta, das 9h às 15h;
– Uvis Itaim Paulista – rua Ererê, 260; de segunda a sexta, das 9h às 16h.
– Uvis Jabaquara – rua Genaro de Carvalho, 101; segunda a sexta, das 8h às 15h.
– Uvis Jaçanã – rua Maria Amália Lopes de Azevedo, 3.676; de segunda a sexta, das 9h às 11h e das 14h às 16h.
– Uvis Lapa – rua Sumidouro, 712; de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h.
– Uvis Parelheiros – rua Cristina Schunck Klein, 23; de segunda a sexta, das 9h às 15h.
– Uvis São Mateus – rua Mauro Bonafé Pauletti,199; de segunda a sexta, das 9h às 17h.
– Uvis São Miguel – rua José Pereira Cardoso, 193; de segunda a sexta, das 9h às 15h.
– Uvis Vila Prudente – rua Ettore Ximenes, s/nº; de segunda a sexta, das 9h às 16h.
– Uvis M´Boi Mirim – rua Baldomero Carqueja, 60; de segunda a sexta, das 9h às 15h.

Fonte: https://www.noticiasaominuto.com.br/rss/mundo
Artigo extraído do site Notícias Ao Minuto

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