CAÍQUE ALENCAR
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma onça-parda cuja espécie era tida como extinta em uma área de reserva do Rio de Janeiro foi registrada por câmeras de monitoramento instaladas por pesquisadores no Revimar (Refúgio de Vida Silvestre de Maricá), localizado na região costeira do estado que engloba as cidades do Rio de Janeiro, Niterói e Maricá.
Segundo o biólogo Izar Aximoff, especialista em felinos convidado para ser o responsável pela pesquisa na unidade de conservação, esse foi o primeiro registro de um animal da espécie vivendo no local em 100 anos.
Em 2019, uma onça-parda também foi vista na Reserva Biológica de Estadual de Guaratiba, mas de acordo com o especialista, o animal apareceu apenas uma vez nas imagens, o que sugere que ele estava apenas de passagem pela região. Dessa vez, houve registros em setembro, novembro e dezembro do ano passado.
“Esses registros por si só já são muito importantes, mas, ao mesmo tempo, acendem um alerta”, diz Aximoff ao explicar que, agora, o próximo passo dos estudos é instalar mais armadilhas fotográficas para avaliar se o animal está em boas condições de sobrevivência.
“Nós temos que ver como vai ser a convivência dele com os seres humanos, conversar com moradores para a adoção de estratégias a fim de evitar ataques e observar se o animal tem alimento suficiente no local em que vive”, acrescenta o biólogo.
Essa etapa de monitoramento, segundo Aximoff, deve se estender ao menos até o fim deste ano ou início de 2023. Só a partir dessa data é que ele e os demais pesquisadores vão decidir se a onça-parda precisará ser transferida para outra região.
“Qualquer animal silvestre precisa de um território muito extenso. A área do Revimar é grande, mas para ela ainda pode ser pequena”, afirma o especialista. O Revimar de Maricá tem cerca de 9 mil hectares de extensão.
Além da onça-parda, também foram registradas imagens de um gato-maracajá, espécie mais parecida com uma onça-pintada. Esse animal apareceu em vídeos captados em setembro e outubro do ano passado.
Assim como a primeira espécie registrada, ele também será alvo dos estudos coordenados por Aximoff. “Caso seja necessária a transferência, aí precisaremos de uma equipe grande de veterinários e pessoas especialistas em captura”, diz.
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