Niva: aos 45 anos, jipe soviético é garantia da Rússia

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Em meio à Guerra da Ucrânia, o mercado russo entra em declínio com a ação beligerante de Moscou e as consequências do embargo ocidental afundam as vendas no país, onde os carros usados agora são vistos como ouro…

Nesse cenário, que beira ao apocalíptico se levarmos em contas as ameaças, o Lada Niva comemora seus 45 anos de mercado russo.

O tradicional jipe soviético já deveria ter seguido o rumo de modelos como VAZ 2104 e 2107, que o brasileiro conheceu nos anos 90.

Contudo, a resistência russa em aposentar o Niva faz dele agora a esperança de manter a cidade de Tolyatti, sede da AvtoVAZ, economicamente ativa com a produção do veículo, que é 100% localizado.

Em meio ao bloqueio das importações, o Lada Niva – que começou a rodar na Rússia soviética em 1977 – virou a garantia de que o país precisa para manter parte da população motorizada diante de um futuro sombrio.

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Ainda assim, mesmo seu prestígio de 45 anos de história – ele é mais antigo, tendo sido mostrado no começo dos anos 70 – não sustentará a “cidade-fábrica”, que vê muitos de seus funcionários-habitantes sem ter o que fazer.

Alexandre Kalinin, 45 anos, há 15 na Avtovaz, diz: “É uma cidade-fábrica. Todo mundo trabalha, ou para a fábrica, ou para a polícia”.

Irina Mialkina, 33 anos, está há 11 anos no depósito de reposição da AvtoVAZ e comenta: “Para Togliatti, a fábrica é tudo. Toda cidade foi construída ao seu redor”.

Recebendo um terço do salário, muitos não sabem o que virá, ainda mais numa cidade onde muitos dos salários na fábrica de carros da Lada é de 20.000 rublos ou R$ 1.150.

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Com apenas o Niva e o Granta (depenado) garantindo a continuidade da produção em Tolyatti, a cidade-fábrica surge como um espelho do que acontece no país.

O mercado russo caiu vertiginosamente e em março, apenas 55 mil carros novos foram emplacados e podemos dizer que foi um bom número, dada a paralisação geral das fábricas.

Os estoques deverão ser consumidos rapidamente e os carros usados serão o próximo alvo dos russos, que terão de pagar o alto preço de um mercado em queda livre, algo que sabemos bem, mas por outro motivo…

[Fonte: Isto É Dinheiro/Jalopnik/Auto Fórum]

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