O quadriciclo é um veículo utilitário todo-terreno sobre três ou quatro rodas, segundo a terminologia comumente aceita. Ainda assim, o termo tem uma aplicação maior em outras regiões, como na Europa.
Lá, produtos como Renault Twizy e Citroën Ami são classificados como quadriciclos. O mesmo em relação a modelos radicais, como Can-Am Maverick X3 ou Polaris RZR, por exemplo, que se parecem com bajas.
O quadriciclo tradicional, com guidão e posição de pilotar como de moto, é um produto muito apreciado no Brasil, especialmente para o lazer, ainda que tenha uso mais abrangente.
Por aqui, os quadriciclos geralmente são de quatro rodas e podem ter mecânica de motos ou específicas, geralmente empregando guidão e um modo de condução bem diferente de uma motocicleta, por exemplo.
Existem ainda produtos que evoluíram a partir do quadriciclo, como os ATV´s ou UTV´s fechados, que empregam volante e se assemelham mais a bajas ou autocross, muito mais próximos de um automóvel.
Quadriciclo – detalhes
Por esta característica, excluímos essas categorias desta matéria, ainda que o ter ATV (All-Terrain Vehicle) seja empregada também para o quadriciclo tradicional.
Com pneus todo-tereno, suspensão alta e flexível, dois lugares, guidão, tração 4×4, suportes para bagagem, preparação para o fora de estrada e um motor potente, o quadriciclo é um veículo à parte.
Mesmo que tenha tamanhos e perfis diferentes, indo de 50 cm³ para crianças até poderosos com motor de 1.000 cm³, além de elétricos, os quadriciclos mais conhecidos são brinquedo de gente grande.
Ainda assim, tais modelos também são empregados em outras atividades, como uso no meio rural, patrulhamento de parques e praias, assim como também em serviços de resgate, por exemplo.
Com grande capacidade off road, o quadriciclo pode contar com alguns recursos para entrar em locais alagados e passar por trechos de nível extremo de dificuldade.
No entanto, os quadriciclos precisam de certas condições legais para rodar, assim como de quem o conduz, ainda que possam ser usados em locais fechados ou fora de vias de tráfego regular.
Com limitações de performance e estabilidade no asfalto, já que o foco é o uso é notadamente off road, o quadriciclo também exige conhecimento do condutor sobre como pilotá-lo.
No Brasil, o mercado de quadriciclos é bom, ainda que muitas marcas de motos que os produz no exterior, não vendam esse tipo de produto aqui.
Por isso, marcas específicas desse segmento se dão bem por aqui, como Polaris, Can-Am e Segway, por exemplo.
Só os nomes citados já indicam que seus produtos não são exatamente baratos, contudo, pode-se optar por modelos mais baratos. Nesse caso, vamos abrir uma parenteses em relação a um fabricante.
A Honda é a mais popular por dispor do modelo TRX 420 FourTrax numa faixa mais acessível, mas a chinesa Shineray tem alguns modelos de quadriciclo que podem ser até mais baratos.
O problema é que tais produtos, assim como outros da mesma, não aparecem em seu site, lançando dúvidas sobre sua real disponibilidade. Por esse motivo, não estão incluídos nessa matéria.
No mercado, porém, existem mais modelos de quadriciclos à venda, alguns até elétricos, mas de importação independente e sem uma rede abrangente, geralmente de origem chinesa.
Então, se vai comprar um veículo desse tipo, busque algo mais que preço, afinal, o custo de uma reparação pode sair muito maior numa marca desconhecida.
Um quadriciclo é composto geralmente por um quadro tubular de aço bem reforçado, que possui travessas duplas para sustentar motor e transmissão, assim como os diferenciais ou relação, dependendo do modelo.
A estrutura robusta é ainda mais ampla na parte superior, onde o quadro se expande para os lados na frente e atrás, de modo a apoiar para-lamas abaulados e suportes para carga ou bagagem.
Como um utilitário, esse veículo pode dispor de bagageiros na frente e atrás, dependendo de sua proposta. Além disso, como um carro, possui dois faróis e duas lanternas, como carros.
Alguns modelos podem até dispor de guincho para ajudar outros no fora de estrada extremo. Sua suspensão geralmente é independente e tem curso bem longo, empregando ainda molas e amortecedores integrados.
Também dispõem de freios a disco e um complexo sistema de travas, incluindo uma para a manete do freio traseiro, um tipo de freio de estacionamento.
Esse tipo de veículo tem ainda freios acionamentos tanto por pedal como pela outra manete. Também empregam dispositivos de desligamento, como corte de corrente duplo e chave eletrônica que pode ser presa ao piloto em caso de queda.
Alguns modelos mudam as marchas por pedal e outros por alavanca, chegando mesmo a ter opção de reduzida para enfrentar situações mais críticas de terreno. Diferente de uma moto (exceto as de grã-turismo), o quadriciclo tem marcha à ré.
Para empregar esse modo, é necessário travar os freios e engatá-lo, sendo um dos recursos de segurança do quadriciclo. Outra característica desse segmento é o acelerador por borboleta e não por manopla, como em moto.
Trata-se de um paddle shift próximo da manopla direita e semelhante aos usados em bicicletas MTB.
Tendo cluster analógico ou digital, o quadriciclo tem ainda assento duplo como de moto e o tanque pode ser na mesma posição ou em outras partes do veículo.
O motor é central com a transmissão, mas os diferenciais ou relação possuem características próprias de cada modelo e marca. Alguns possuem transmissão automática e o escapamento é sempre elevado.
Há opção de acessórios, como snorkel, por exemplo, evitando assim o ingresso de água no sistema de alimentação do motor, evitando danos consideráveis. A relação final é reduzida para o off road.
Quadriciclo – habilitação
Quero andar de quadriciclo! Bem, para isso, é necessário estar devidamente habilitado.
Segundo o artigo 143 do Contran, para conduzir um quadriciclo é necessário, a carteira nacional de habilitação (CNH) categoria “B”, que se destina ao “condutor de veículo motorizado”.
Note que a categoria é a mesma que permite conduzir automóvel e não somente motocicleta, no caso a “A”.
Ainda que seja confundido com uma moto de quatro rodas, assim como sua terminologia indica, esse tipo de veículo está enquadrado por lei como um automóvel.
Outra obrigatoriedade é o uso de capacete fechado, óculos ou viseira de proteção para piloto e garupa, dado que o quadriciclo pode facilmente tombar, devido a suas limitações em estabilidade.
O artigo 115 do Código de Trânsito Brasileiro também determina que, mesmo em áreas particulares ou fora de vias regulamentadas, o condutor deve portar o capacete de segurança.
Geralmente, os praticantes de off road com quadriciclos andam devidamente equipados por motivos óbvios, visto que tombamentos e quedas não são raras.
Ainda assim, não são raros também os que circulam com veículos desse tipo sem capacete e trafegando em locais até proibidos.
Quadriciclo – permissões
Um quadriciclo não tem liberdade total de circulação em território brasileiro. Segundo a Resolução 573 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), esse tipo de veículo necessita de emplacamento sob certas condições.
Nesse caso, para trafegar em áreas urbanas, o emplacamento e o licenciamento são necessários para fins de fiscalização. Isso implica em recolher impostos como DPVAT (caso volte) e IPVA, por exemplo.
Para cumprir a regra, o quadriciclo precisa de uma placa fixada na traseira, como em motos. Crianças menores de 7 anos não podem ser transportadas em quadriciclos.
Apesar do emplacamento e licenciamento, contudo, um quadriciclo não pode circular por estradas vicinais, sejam municipais, estaduais ou federais.
Desse modo, sua circulação nestas vias se dará somente sobre um reboque apropriado, engatado num automóvel ou comercial leve. Também é permitido levá-lo na caçamba de uma picape, por exemplo.
Sob a legislação do Contran, a Resolução 573, determina que o peso não pode exceder 400 kg para veículos de uso para lazer e 550 kg para os destinados ao transporte de cargas.
O propulsor pode ser a combustão interna ou elétrico, porém, este último deve ser limitado a 20,4 cavalos ou 15 kW.
Além disso, a Resolução 573 proíbe o uso de cabine fechada nos quadriciclos tradicionais (como os dessa matéria) e a transformação de outros tipo de veículos em quadriciclos, tais como motos.
Quadriciclo – modelos e preços
Honda TRX 420 FourTrax – R$ 34.320
A Honda TRX 420 FourTrax é o quadriciclo mais barato desta lista e o de maior difusão no país, dada a grande rede de assistência da Honda Motos em todo o país. Feito para trabalho, também é usado para lazer.
Vendido nas cores preto e vermelho, o modelo da Honda é fabricado no país e tem como característica, dois bagageiros para cargas, na frente e atrás. O assento é pequeno e ideal apenas para uma pessoa.
Já o painel é digital e vem somente com o essencial, enquanto o guidão tem os obrigatórios paddle shift de aceleração, corte-corrente duplo e trava dos freios traseiros.
Com tração 4×4, pode-se optar por mudar para 4×2 numa alavanca na carenagem lateral. O TRX 420 tem ainda dois faróis e duas lanternas, bem como rodas de aço com pneus para fora de estrada.
O Honda TRX 420 FourTrax tem rodas aro 12 polegadas na frente com pneus AT 24 X 8 – 12, além de aro 11 polegadas atrás com AT 24 X 10 – 11.
Seu motor é um monocilíndrico de 4 tempos com comando OHV (no bloco) e refrigeração líquida. Ele entrega 26,9 cavalos a 6.250 rpm e 3,4 kgfm a 5.000 rpm, além de câmbio manual de cinco marchas com ré.
Usando somente gasolina, tem injeção eletrônica e um tanque de 14,4 litros. Seu peso é de 265 kg e para parar, usa freios a disco na dianteira e tambor na traseira.
Pode receber acessórios como snorkel e engate para reboques leves.
Polaris Sportsman 570 – R$ 57.990
O Polaris Sportsman 570 é um quadriciclo com proposta parecida com a do modelo da Honda, porém, mais premium e caro. Com visual mais radical, o modelo feito em Medina, Minnesota, parte de R$ 57.990.
Nesta versão, o off roader tem três faróis, com um terceiro no guidão, assim como dois bagageiros de aço com alças para limitar de carga na frente. Tem pneus de 25 polegadas e rodas aro 12 polegadas.
Com visual robusto, o Sportsman 570 tem capacidade de carga de 220 kg e pode tracionar até 612 kg. Feito para uma pessoa, pode levar 122 kg nos dois bagageiros.
Tendo suporte para guincho de fábrica, o Polaris Sportsman 570 usa motor monocilíndro de 4 tempos com refrigeração líquida, entregando 44 cavalos e câmbio automático PVT com reduzida, ré e parking.
A tração nas quatro rodas é sob demanda, transferindo assim automaticamente a força entre os eixos. A versão Premium sia por R$ 67.990 e tem mais barras de porteção e movimentação de carga.
Na versão Touring, que custa R$ 62.990, o Sportsman 570 tem assento especial para garupa com encosto e duas alças para o mesmo, mas não há bagageiros ou protetores de aço no veículo.
Can-Am Outlander 450/570 – R$ 61.990
O quadriciclo Can-Am Outlander tem quatro versões no Brasil e começa pela 450/570, que custa R$ 61.990. Trata-se de um produto na mesma classe do Polaris Sportsman, mas tem origem canadense, ligada à Bombardier.
Com frente mais expressiva, o Outlander 450/570 tem faróis circulares e dois bagageiros de aço, bem como rodas simples com pneus todo-terreno e painel digital, tendo lanterna única e escape com silencioso elevado.
Tem vários acessórios disponíveis, incluindo guincho. No site brasileiro da Can-Am, pode-se configurá-lo completamente em 360 graus. Seu motor de um cilindro e 570 cm³ tem 48,7 cavalos, tendo ainda transmissão automática.
Com tanque de 20,4 litros, o Can-Am 450/570 tem câmbio CVT, tração AWD e direção assistida com três níveis. Existe a versão Max com banco de garupa, encosto e apoios, saindo por R$ 65.990.
O Outlander tem versões de recreação Max XT 850 com motor V2 Rotax de 854 cm³ e 78 cavalos, tendo rodas aro 14 e pneus de 26 polegadas. Sai por R$ 90.990.
Topo de linha, no entanto, o Outlander Max Limited 1000 R tem um V2 Rotax de 976 cm³ e 91 cavalos, tendo CVT, tração 4×4 selecionável com reduzida e diferencial frontal Visco-4Lok. Sai por R$ 104.990.
Existe ainda a versão apenas para trilhas, sem o assento do passageiro, como nos dois citados, tendo para-choques reforçados, radiador elevado e pneus de 30 polegadas com cravos como de trator. Custa R$ 99.990.
Segway Snarler – R$ 65.900
O Segway Snarler é outro quadriciclo norte-americano e tem por aqui três versões, sendo que a AT6 S é a focada no trabalho, tendo dois bagageiros de aço, grade frontal e barras de impulsão.
Com rodas pintadas na mesma cor do chassi e amortecedores, o Snarler até parece um brinquedo, mas nesse caso, de gente grande. As versões AT6 L e 600 Hybrid têm foco no lazer, com assento e encosto de garupa.
O Snarler AT6 S/L tem motor monocilíndro de 570 cm³ com comandos DOHC e refrigeração líquida, alémd e 44 cavalos e quase 5,0 kgfm de torque. A transmissão automática é integrada à tração AWD.
Já o Segway Snarler 600 Hybrid tem motor elétrico acoplado, entregando de forma combinada 86 cavalos e 9,8 kgfm. Os preços começam em R$ 65.900.
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