Os responsáveis pelo GP de São Paulo de Fórmula 1, novo nome do GP do Brasil, prometeram uma corrida sustentável neste ano. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o CEO do GP, Alan Adler, afirmaram que serão adotadas ações sustentáveis para reduzir o impacto ambiental gerado na pista. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, a 11 dias da prova, Nunes e os secretários presentes enalteceram a importância da corrida para a capital paulista, principalmente do ponto de vista econômico.
“Vamos compensar as emissões de carbono, reduzir o consumo de plástico em 60%, teremos uma estação de compostagem e, por fim, daremos oportunidades para as cooperativas da região reciclar e destinar os resíduos”, ressaltou Adler. Formado em Economia, com MBA em Finanças, o empresário carioca é a nova cara por trás do GP de São Paulo. Ele tem experiência com eventos esportivos, bons contatos, mas é pouco conhecido no mundo dos motores. Assumiu o comando do GP no início deste ano para ocupar a função executada por Tamas Rohonyi ao longo dos últimos 30 anos.
“Tenho certeza de que o retorno vai ser maior do que o esperado”, comentou Adler. Segundo o empresário, os fãs de Fórmula 1 podem esperar surpresas. “Vocês verão entretenimento como nunca antes.”
A prefeitura repassou R$ 20 milhões para a promotora realizar o evento neste ano, mais outros R$ 10 milhões empenhados para reparos e ajustes no circuito. Houve uma degradação natural do autódromo pois ele ficou fechado em 2020, ano em que a prova não ocorreu devido à pandemia de covid-19. Antes da entrevista, Nunes, Adler e outras autoridades deram uma volta de carro e pararam em alguns pontos do circuito, que receberá uma corrida de Fórmula 1 pela 39ª vez.
“Estou muito animado com o desafio. A cidade tem uma vocação muito grande para grandes eventos internacionais. Não poderíamos deixar de ter a continuidade da realização da Fórmula 1 aqui”, disse o prefeito. “E agora enfatizando a marca de São Paulo. Vamos receber muito bem as pessoas e gerar oito mil empregos. Torcemos para que os 20 mil restaurantes e 30 mil bares tenham bastante consumo. E que nossos shoppings estejam lotados, desde que (público) vacinado e usando máscara”, completou.
De acordo com Orlando Faria, secretário municipal de Habitação de São Paulo, a Fórmula 1 na cidade vai gerar cerca de R$ 700 milhões entre serviços e comércio, R$ 1,6 bilhão em imagem ao ano. Haverá espaço para publicidade da prefeitura na pista e arquibancada. Cada R$ 1 investido pelo governo renderá R$ 5,2, de acordo com Nunes.
O contrato de renovação com a Prefeitura de São Paulo para realizar por mais cinco anos em Interlagos uma etapa do Mundial de Fórmula 1 foi firmado no fim do ano passado. Havia o temor de que a prova não acontecesse mais na capital paulista, mas no Rio de Janeiro. O acordo anterior era válido somente até o fim de 2020. Há a possibilidade de renovação por mais cinco anos.
O protocolo sanitário para quem for assistir à prova inclui a apresentação do comprovante vacinal com ao menos uma dose para os maiores de 12 anos. Quem não tiver sido imunizado poderá ver a corrida, mas desde que apresente teste PCR negativo. O uso de máscara será obrigatório.
Os ingressos foram esgotados, mas os organizadores abrirão um novo lote menor, com mil ingressos nos próximos dias. A expectativa é de que 170 mil pessoas lotem o autódromo ao longo dos três dias do evento, um aumento de 20 mil em relação às 150 mil pessoas que foram assistir aos treinos e à corrida em 2019.
O prefeito afirmou que a cidade de São Paulo chegou ao terceiro dia seguido com somente uma morte diária por covid-19. “Isso nos dá tranquilidade para caminhar a zero mortes. Talvez amanhã. São Paulo se vacinou e é a capital mundial da vacina. Uma cidade que não é negacionista e preza pela vida das pessoas”, comentou Nunes.
Na coletiva, o prefeito chamou de “aventura jurídica” a ação popular protocolada em julho na Justiça de São Paulo que pede a interdição do Autódromo de Interlagos devido à ausência de licenciamento ambiental, o que o Estadão revelou em dezembro do ano passado. A prefeitura já havia admitido não possuir o documento, mas alega que ele não é necessário porque Interlagos foi inaugurado antes da resolução de 1997 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que definiu autódromos como locais potencialmente poluidores.
Também estava presentes na entrevista os vereadores Rodrigo Goulart e Gilberto Nascimento, Orlando Faria, secretário da Habitação, Edson Aparecido, secretário da Saúde, Marcos Monteiro, secretário de Infraestrutura Urbana, Aline Cardoso, secretária de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Thiago Milhim, secretário de Esportes, e Alexandre Modonezi, secretário de Subprefeituras.
A prova brasileira – agora chamada de GP São Paulo, em vez do anterior GP do Brasil – foi adiada em uma semana neste ano. Seria realizada no fim de semana dos dias 5, 6 e 7 deste mês, mas foi postergada para os dias 12, 13 e 14 por causa do feriado do dia 15, segunda-feira. O evento será transmitido para 180 países e será a 19ª prova desta temporada de 2021.
O GP de São Paulo será a última das três etapas do calendário da Fórmula 1 em 2021 a contar com a chamada “sprint race”, novo formato do treino classificatório da corrida. Em 2021, o modelo já esteve no GP da Inglaterra, onde foi sua estreia, e na Itália. A sprint race é uma mini-corrida disputada no sábado, com um terço da duração da prova de domingo e que vale pontos para o campeonato.
Restam cinco etapas para o encerramento da temporada 2021. Antes do GP de São Paulo, os pilotos correm no México no domingo. Depois, haverá provas no Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Na atual temporada, após 17 corridas, Max Verstappen lidera o Mundial com 287,5 pontos, apenas 12 à frente de Lewis Hamilton, atual campeão.
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