Na figura de Daniel Justo, que assumiu o comando regional da Ford, a montadora americana reafirma que continua a operar no Brasil, após o fechamento de três fábricas (incluindo a Troller, naturalmente) e a redução da rede.
Justo, que deu entrevista para o jornal Folha de São Paulo, garantiu que a Ford continua no mercado nacional e, para tranquilizar quem está preocupado com a situação da marca por aqui, confirmou que a picape Maverick chegará.
O executivo da Ford, agora sediada em São Paulo, disse que a picape média feita no México chega em 2022, mas ainda em data a ser definida, mas ressaltou as qualidades do produto, que deve focar em tecnologia, dimensões e dirigibilidade.
A Maverick é maior que a Toro, medindo 5,07 m de comprimento e construída sobre a plataforma do Bronco Sport, ou seja, um monobloco.
Por aqui, dado o foco da marca no segmento premium, o alvo deve ser direcioná-la para obter um valor agregado maior e compensar o custo de trazer do México, cotado em dólar.
Assim, não se pode esperar por algo além da versão 2.0 EcoBoost com tração AWD por um preço mais salgado. Como a Ford está nivelando para o mercado de luxo, a ideia de volume alto não corresponde com essa premissa.
Justo falou ainda da Transit e de carros híbridos e elétricos, enfatizando a conectividade com Ford Pass e outros serviços conectados. O executivo indicou até a assinatura como meio de aquisição de carros.
O novo chefe da Ford no Brasil não comentou sobre possíveis novos modelos eletrificados, apenas confirmando que haverá. Nisso, a lógica diz que Mustang Mach-E é uma opção, assim como futura versão Hybrid do Bronco Sport.
A Maverick tem sua base na eletrificação, mas é um terreno estranho que a Ford está pisando no mercado americano, o que pode não funcionar tão bem aqui. Não haverá mais compactos e sedãs no portfólio da marca por aqui.
Sobre a Troller, Justo não quis revelar o destino da marca como propriedade industrial, mas diz que a Ford tem respeito pelos clientes do T4 e assegura que dará todo o suporte para os proprietários após encerrar as atividades.
Em relação à estrutura da empresa no Brasil, mencionou apenas 300 engenheiros contratados e o campo de provas de Tatuí, não citando o centro de P&D em Camaçari, que deverá ficar nas mãos da empresa.
Justo não comentou sobre a venda das instalações fechadas e nem de possíveis interessados. Contudo, ele reforçou haver um bom estoque de peças para os carros que deixaram de ser feitos, num volume maior que a demanda e reduzirá a rede em 100 concessionárias.
[Fonte: Folha]
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