Cientistas encontram nova espécie de macaco que só existe entre Alta Floresta e Paranaíta, em Mato Grosso

Fêmea (à esq.) e macho da espécie Sagui-de-schneider, identificada por pesquisadores brasileiros na região entre os rios Juruena e Teles Pires, em municípios como Paranaíta e Alta Floresta (MT) – Diego Silva/Divulgação

Numa das regiões da Amazônia mais afetadas pelo desmatamento, pesquisadores brasileiros identificaram uma nova espécie de macaco, que passou algumas décadas sendo confundida com alguns de seus parentes antes de ser finalmente revelada à comunidade científica.

Trata-se do sagui-de-schneider (Mico schneideri), cuja elegante pelagem, prateada na frente, com tons de laranja e chumbo, ajuda a diferenciá-lo dos vários outros membros do gênero mico que habitam áreas vizinhas da floresta.
Tudo indica que a espécie é exclusivamente mato-grossense, sendo achada apenas na região entre os rios Juruena e Teles Pires, em municípios como Paranaíta e Alta Floresta.

Os detalhes sobre a descoberta estão em artigo na revista especializada Scientific Reports. Assinam o estudo Rodrigo Costa-Araújo, do Museu Paraense Emílio Goeldi, Gustavo Canale, da Universidade Federal de Mato Grosso, e pesquisadores de outras instituições no Brasil e no Reino Unido.
Embora abrigue 20% da diversidade de primatas do mundo, a Amazônia continua surpreendendo a comunidade científica com novas espécies de macacos porque ainda faltam muitos dados sobre a distribuição geográfica e as características de cada bicho.

Foi isso o que levou a equipe do estudo a desconfiar que alguns animais armazenados no Museu Goeldi, atribuídos a outra espécie de sagui, a Mico emiliae, não tinham sido classificados corretamente.

“Os três trabalhos anteriores que examinaram esses espécimes só utilizaram a coloração da pelagem para estudo, e isso com poucos exemplares. A pequena amostragem é sempre um problema [para a confiabilidade de um estudo], e a cor da pelagem dos saguis da espécie nova parece que ‘desbota’ com o tempo”, explicou Costa-Araújo à Folha. “Na verdade, os bichos são bem diferentes quando observamos espécimes recém-coletados na natureza.”

De fato, foi isso o que fez a diferença para a nova pesquisa, afirma ele: novas idas a campo para achar mais saguis, junto com análises do DNA das diferentes espécies do gênero Mico e o mapeamento preciso da distribuição geográfica de cada bicho.

 

Para ler o conteúdo completo, acesse o site da Folha de São Paulo > https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2021/08/cientistas-encontram-nova-especie-de-macaco-brasileiro-em-regiao-de-mato-grosso.shtml

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