Alunos do ensino médio terão uma aula a mais por dia no próximo ano em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os alunos do 2º e 3º anos do ensino médio das escolas estaduais de São Paulo terão uma aula a mais por dia a partir do próximo ano.

O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, informou que as aulas adicionais poderão ser dadas de forma remota, pelo Centro de Mídias. “Aqui nasce o verdadeiro ensino híbrido”, disse nesta terça (20).

Atualmente, os estudantes dessas séries têm sete aulas por dia no turno diário. A ampliação será progressiva. A partir de 2022, o 2º ano do ensino médio passará a ter 8 aulas diárias. Em 2023, a medida será estendida ao 3º ano.

Para as turmas do período noturno, a ampliação para 8 aulas diárias irá ocorrer já a partir 1º ano do ensino médio.

O governo João Doria (PSDB) aposta na ampliação do tempo dos alunos em sala de aula para mitigar os prejuízos de aprendizagem durante a pandemia.

A aula adicional no formato remoto também foi a forma encontrada pela gestão estadual para cumprir a carga horária prevista pela reforma do ensino médio no período noturno. Pela lei, no novo formato, os estudantes devem ter 3.000 horas de aula nos 3 anos dessa etapa.

A legislação já previa que até 30% das aulas do noturno poderiam ser dadas na modalidade a distância – no período diurno, o limite é de 20%.

As aulas na rede estadual têm 45 minutos de duração. Com a ampliação, os alunos do diurno terão por semana 3h45 minutos a mais de aulas. Os do noturno, 6 horas adicionais por semana.

Hoje, as turmas do noturno na rede estadual têm apenas 5 aulas diárias, o que não permitia alcançar as 3.000 horas previstas no novo ensino médio. As turmas diurnas já ultrapassavam essa carga horária, com a mudança vão passar de 3.050 para 3.150 horas nessa etapa.

Segundo Soares, as aulas adicionais serão voltadas para orientação de estudos e disciplinas eletivas, escolhidas pelos alunos.

Segundo Soares, as escolas vão definir de acordo com sua realidade como serão as aulas adicionais, se presenciais ou remotas.

O secretário informou ainda que os alunos e unidades receberão equipamentos e internet para que possam acompanhar o ensino a distância. Não foi detalhado como será esse suporte digital. Durante a suspensão das aulas presenciais, os estudantes da rede estadual tiveram difiuldade de acompanhar as atividades remotas.

O novo currículo do ensino médio começou a ser implantado em São Paulo neste ano para mais de 460 mil alunos matriculados na 1ª série dessa etapa.

A reforma do ensino médio foi aprovada em 2017, no governo Michel Temer (MDB), para todo o país, com a previsão de flexibilizar a formação do aluno. A gestão Jair Bolsonaro (sem partido) definiu que a implementação total do novo modelo deve ocorrer até 2024.

Pela lei, o novo currículo deve oferecer ao menos cinco itinerários formativos: linguagens; matemática; ciências da natureza; ciências humanas e sociais aplicadas; formação técnica e profissional. Isso quer dizer que, além das matérias tradicionais, o jovem define um itinerário e pode escolher disciplinas eletivas voltadas ao seu interesse.

A secretaria fez uma pesquisa com 376 mil alunos do 1º ano do ensino médio das escolas estaduais para identificar as áreas de preferência. Linguagens foi a que teve maior manifestação de interesse, de 56% dos jovens. Em seguida, foram as áreas de ciências humanas (44%), matemática (34%) e ciências da natureza (30%). Os alunos podiam indicar mais de um itinerário.

Em São Paulo, ficou definido que todas as escolas devem oferecer obrigatoriamente as quatro áreas do conhecimento, mesmo que só consigam formar dois itinerários. Por exemplo, uma unidade pode combinar linguagens e ciências humanas, caso não consiga ofertá-los de forma separada para cada turma.
Para isso, algumas unidades terão de ampliar o número de turmas que atendem. Segundo a secretaria, 880 escolas estaduais têm apenas uma turma de cada série do ensino médio. Elas precisam obrigatoriamente ao menos duplicar as turmas para ofertar dois itinerários diferentes aos estudantes.

Com o aumento de salas, a secretaria calcula que, a partir de 2022, as escolas terão 121 mil aulas a mais para serem distribuídas entre os professores. Para atender essa ampliação, a pasta planeja contratar 10 mil novos docentes.

A contratação ainda depende de aprovação na Assembleia Legislativa.

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