Concebida para ligar a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao Porto de Miritituba (PA), a Ferrogrão, que sairá de Sinop, deve trazer uma economia de R$ 19 bilhões no valor gasto com frete. A estimativa foi divulgada, hoje, pelo secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, Marcello Costa.
“É possível que a gente consiga reduzir mais de R$ 19 bilhões em custo do frete em relação à rodovia, isso é garantir a competitividade necessária para o Brasil”, afirmou o secretário, que participou de webinário promovido pela Federação Nacional de Operações Portuárias (Fenop).
De acordo com o Ministério da Infraestrutura, a expectativa é que a ferrovia reduza em 50% a emissão dos gases do efeito estufa e retire 1 milhão de toneladas de CO2 da atmosfera, além de usar a faixa de domínio da BR-163 como traçado. O governo federal afirmou que a ferrovia não irá sobrepor terras indígenas, quilombolas ou unidades de conservação. “O objetivo ainda é diminuir o desmatamento e promover uma logística exportadora competitiva”, disse Marcelo.
Esta semana, conforme Só Notícias já informou, o Ministério Público Federal (MPF) divulgou uma nova nota técnica reafirmando o direito à “consulta prévia, livre e informada dos povos indígenas e comunidades tradicionais” atingidos pelo projeto da Ferrogrão. O MPF lembra que relatórios publicados pela própria Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em 2020, apontam que a ferrovia, se implementada, atingirá 48 terras indígenas e Áreas de Especial Proteção Ambiental, gerando uma série de impactos sinérgicos e cumulativos sobre a biodiversidade e as populações locais.
Desde março, as etapas para implantação da ferrovia estão paralisadas por determinação liminar do ministro Alexandre de Moraes. Além de suspender a lei resultante da MP, que alterou a Floresta do Jamanxim para passagem da ferrovia, o ministro determinou a paralisação dos processos relacionados à Ferrogrão, em especial os em trâmite na Agência Nacional dos Transporte Terrestres, no Ministério da Infraestrutura e no Tribunal de Contas da União (TCU). A liminar ainda será analisada pelo plenário do STF.
Agronotícias – Só Notícias
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