Suspeita de espionagem e protesto em salão automotivo seriam motivos para acreditar que a Tesla não anda bem na China. Bom, na verdade, ela está até que ótima por lá, vendendo cada vez mais e batendo recorde.
Elon Musk conseguiu a proeza de erguer uma enorme planta em menos de um ano, um mês a menos que o previsto, e os chineses festejaram o Model 3 local.
Se nesse cenário a Tesla está se dando bem, então podemos crer que na Alemanha, ela ficaria melhor, não é mesmo? Não exatamente… Em realidade, a coisa anda cada vez pior para Elon Musk no país do automóvel (sim, a Alemanha é a nação industrial sobre rodas).
Desde que iniciou o projeto da Gigafactory Berlim, a Tesla tem enfrentado dificuldades que passariam longe de Xangai. No início, a relação com Berlim e os alemães era “amorosa”, inclusive com uma carta aberta de duas páginas, feita por autoridades locais, enaltecendo as qualidades de Elon Musk, tratando-o como visionário, etc.
É claro que isso afetou totalmente o bilionário sul-africano e assim a Gigafactory foi parar na capital germânica. Brademburgo é um estado alemão com poucos investimentos industriais e a fábrica da Tesla seria considerada uma mudança positiva.
Contudo, foi apenas iniciar as obras, que a lua de mel acabou. Foram cortes de árvores considerados fora do contratado, empreiteiras que estavam demorando demais, fauna local ameaçada, falta de mão de obra em engenharia (supostamente convencidas a não ir pelas montadoras locais), críticas ao estilo de gestão de Musk, papelada envolvendo a obra, falta de pagamento da conta de água, etc.
Com atraso de seis meses no cronograma de produção, que seria em 1 de julho, a Tesla enfrenta oposição de parte dos moradores de Grünheide, onde fica efetivamente a fábrica.
Existe até a comparação de que a pequena cidade de 9 mil pessoas se tornará uma nova Wolfsburg, em comparação com a localidade que sedia a Volkswagen. Mas, a crítica não é positiva.
Grunheide passaria a ter em torno de 40 mil habitantes após a Tesla, com esta empregando 12 mil pessoas para fazer 500.000 carros ao ano.
Recentemente, a Tesla Brandenburg (filial local) reclamou da burocracia alemã em aprovar o projeto da fábrica, que ainda não tem licença para operar.
No entanto, o padrão germânico é de fato lento, com o novo aeroporto de Berlim com atraso de uma década e a introdução de uma turbina eólica, que demora anos para ser aprovada. Na velocidade que Musk trabalha, o país não parece o melhor destino para construir…
Ainda assim, aos trancos e barrancos, a Gigafactory Berlim será uma das plantas mais avançadas do mundo certamente e também pedra enorme no sapato dos fabricantes alemães. E no Brasil, se ocorrer de fato um dia, como será?
[Fonte: The Guardian/DW/Bloomberg/Clean Energy Wire]
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