
Recentemente o presidente da Volkswagen Pablo Di Si, mencionou que os carros no Brasil chegam a pagar 54% de seus preços em impostos.
A declaração apenas reforça algo que já existe há bastante tempo no mercado nacional, visto que a Anfavea já alertava para isso há cinco anos, quanto afirmou que a carga de impostos chegava a 54,8%.
Pensar em quanto custaria os carros mais vendidos do mercado sem impostos é tentador, mas sabemos que a realidade é bem diferente, embora mostre o quanto pagamos de taxas nos produtos comprados.
Países como EUA, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Espanha, Japão, Coreia do Sul e, especialmente, a China, são mercados consolidados, embora ao último da lista ainda tenha 1 bilhão de almas ávidas por consumo, mas isso é outra história.
Tais players mundiais já alcançaram a motorização da população há muito tempo (considere a China nos moldes atuais). Neles, a preocupação maior do governo e da indústria é a rotatividade, a troca de carros velhos por novos. Por isso, manter uma carga tributária baixa facilita o giro da indústria, em todos os sentidos.
No Brasil, boa parte da população não tem condições de comprar um carro novo e com mais de 220 milhões de habitantes, estamos bem longe de alcançar países como EUA, Japão ou Europa, muito menos sonhar com vendas de dezenas de milhões de veículos ao ano como a China.
Assim, com a nossa “cultura tributária”, dificilmente teríamos a curto prazo uma política de impostos como dos principais players mundiais. Contudo, poderíamos pensar em algo “emergente” como nosso mercado. No caso, a Índia.
Para motorização o país, o governo criou regras que imaginavam servir como impulso. Era mais ou menos como pensava Ratan Tata ao acreditar que o Nano ajudaria o indiano a passar da moto para um carro. Lá, o mercado viu os carros sub-4m avançarem para um patamar único, praticamente criando um “Indiamax”, um tipo de veículo exclusivo para aquele país.
Contudo, a questão é a carga tributária. O país definiu que os impostos que incidem sobre os preços dos automóveis de modo geral, ficam limitados a 29% para essa categoria acima, desde que usando motores até 1.2 litro a gasolina. Acima disso, são 43%. Todos os veículos acima, seja a gasolina ou diesel, pagam 43%.
Voltando para o Brasil, pensando no modelo de tributação baseado em cilindrada, os modelos 1.0 se enquadrariam nessa categoria pagando 29% no total, independente de seu peso e tamanho, visto que aqui não há diferenciação de porte, enquanto os demais 43%.
Então, como ficaria os preços assim, dos 10 carros mais vendidos no Brasil em 2020, num modelo mais próximo de nossa realidade?
Os carros mais vendidos com a tributação indiana
1) Onix – R$ 65.390
- Preço sem impostos – R$ 30.079
- Preço com 29% de imposto – R$ 38.801
2) HB20 – R$ 52.290
- Preço sem impostos – R$ 24.053
- Preço com 29% de imposto – R$ 31.028
3) Onix Plus – R$ 68.390
- Preço sem impostos – R$ 31.459
- Preço com 29% de imposto – R$ 40.582
4) Volkswagen Gol – R$ 54.150
- Preço sem impostos – R$ 24.909
- Preço com 29% de imposto – R$ 32.132
5) Ford Ka – R$ 51.990
- Preço sem impostos – R$ 23.915
- Preço com 29% de imposto – R$ 30.850
6) Fiat Argo – R$ 55.490
- Preço sem impostos – R$ 25.525
- Preço com 29% de imposto – R$ 32.927
7) Volkswagen T-Cross – R$ 97.490
- Preço sem impostos – R$ 44.845
- Preço com 29% de imposto – R$ 57.850
8) Jeep Renegade – R$ 81.590
- Preço sem impostos – R$ 37.531
- Preço com 43% de imposto – R$ 53.670
9) Jeep Compass – R$ 130.690
- Preço sem impostos – R$ 60.117
- Preço com 43% de imposto – R$ 85.967
10) Renault Kwid – R$ 39.390
- Preço sem impostos – R$ 18.119
- Preço com 29% de imposto – R$ 23.374
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