RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Os professores das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro anunciaram greve contra a volta das aulas presenciais, que estão programadas, respectivamente, para fevereiro e março. Os profissionais reivindicam a manutenção do trabalho remoto e defendem a inclusão da categoria entre os grupos prioritários da campanha de vacinação contra a Covid-19.
Em assembleia on-line, realizada na tarde deste sábado (30), os professores do município votaram contra o retorno às aulas presenciais. A votação teve a aprovação de 84,5% dos 707 participantes.
A assembleia on-line foi convocada pelo Sepe-RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro). Na sexta-feira (29), o Sepe-RJ já havia feito a votação com os professores da rede estadual. Na ocasião, 89% dos profissionais aprovaram a greve, com a manutenção do ensino remoto.
Segundo a deliberação das assembleias, os profissionais que forem convocados para as atividades presenciais já agora em fevereiro não devem comparecer às suas unidades, seguindo a “Greve Pela Vida”.
De acordo com Gustavo Miranda, coordenador geral do Sepe-RJ, há uma compreensão da categoria que o ano escolar de 2020 foi “praticamente perdido” e que os profissionais esperam que o mesmo não ocorra em 2021.
“Entretanto, esses mesmos profissionais da educação entendem que a saúde da população, deles próprios, e da comunidade escolar, incluindo os responsáveis por esses estudantes, precisa ser preservada. A vida tem que estar em primeiro lugar porque a parte pedagógica é possível, uma vez passado esse período de contaminação da Covid-19, que a gente possa garantir uma reposição. O fato é que os governos não se esforçam para garantir a vacina e querem que as escolas abram”, avalia Miranda.
Ainda segundo Miranda, tanto os profissionais de ensino do estado quanto do município pedem para serem inseridos na categoria de grupo prioritário para a vacinação, sendo incluídos na campanha de imunização após o atendimento a profissionais da saúde e idosos.
“O que não concordamos é que os governos deixem abertos praia, liberdade para academia, bares, e queiram obrigar milhares de profissionais de educação para que eles entrem nas salas de aula e possam se contaminar, por exemplo. Muitos desses [fazem parte de] grupos de risco ou faixa etária em que, se pegar [o vírus], podem ter a doença agravada”, justifica Miranda.
O calendário da rede municipal do Rio de Janeiro prevê a volta às aulas no dia 8 de fevereiro, de maneira remota, e no dia 24 de forma presencial e opcional para alunos da pré-escola até o 2º ano.
Já o ano letivo da rede estadual está programado para retornar no dia 8 de fevereiro, mas somente com atividades virtuais, avaliação diagnóstica e entrega de plano de estudos. A volta das aulas presenciais está prevista para o dia 1º de março.
Procuradas pela reportagem, as secretarias Municipal e Estadual de Educação ainda não se posicionaram até a publicação desta matéria.
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